Depois de Ver... A "Arte" das AI’s
O domínio das AI’s se iniciou agora ou já estão aí há muito tempo?
A automação como processo de escalada de volume é histórica. Escalamos e massificamos a produção na área da agricultura, na manufatura de ferramentas e artigos, na comunicação, na educação, e agora talvez tenha chegado o momento de se consolidar nas artes gráficas e produção de conteúdo de entretenimento. Digo consolidar, pois as artes gráficas já vêm sendo usada a tempo para correções, ajustes, melhorias, replicação e refinamento de conteúdo artístico, ações que antes só eram feitas pelos profissionais do Photoshop.
Chegou mais um momento das áreas gráficas de serem impactadas com o avanço tecnológico. Até agora as melhorias digitais apenas auxiliavam os artistas digitais, filtros de melhoria deixavam o trabalho mais rápido, permitia a correção de trabalhos, coisa que fisicamente gera-se muito mais transtorno. De fato, a popularização de aplicativos com modelos e template prontos, reduziu a demanda dos artistas gráficos ao longo do tempo, porém a sua utilização na arte tornou a criação de qualidade muitas vezes mais democrática.
Não precisamos mais gastar rios de dinheiro para criar um material inicial com qualidade minimamente aceitável. Material gráfico gerado por computador ainda é arte? Essa é a pergunta do milhão, e a resposta pode passar por dezenas de conceitos filosóficos e acadêmicos sobre a arte. Mas venho aqui dar meus dez centavos de contribuição mesmo sem ter sido solicitado.
Sim. Para mim, essas imagens e figuras criadas do nada por AI ainda são arte, assim como a medicina ainda é medicina mesmo quando nos consultamos e recebemos diagnóstico e tratamento de um robô. A arte para mim está na interação e intensão, e não no objeto em si. A discussão que, a meu ver, deveríamos ter é, de quem é essa arte é uma arte da AI ou seu programador ou operador? Até onde sabemos a AI ainda não tem uma intenção ao criar o conteúdo, ela apenas executa uma ação aos moldes que foi programada. Só porque não vemos as cordas, não significa que elas não estão lá.
Mas e como essa nova onda de AI, está afetando como fazemos arte? O futuro do artista é participar da seleção de conteúdo que revele seu olhar e sua intensão ao comunicar. Assim como o foco automático dos smartphones não substituem a qualidade de um olhar do fotografo. Tão pouco a AI dispensará a necessidade de um artista. E a mediação de cada artista será diferente diante de uma mesma demanda, sendo assim artista digital será aquele que conseguir extrair da AI o seu olhar da maneira mais adequada, seja através da configuração e programação do algoritmo gerador, seja no momento de selecionar a arte ou até mesmo no momento da escolha dos termos a serem usados na solicitação. Vale apontar também a necessidade de arte-finalização e ajustes nas telas que ainda é essencial, sobretudo para trabalhos mais profissionais.
Por fim deixo a provocação ainda mais acalorada quando digo que, talvez não fosse possível vocês terem essas colunas ilustradas se não fossem essa AI. Os processos e ferramentas estão ai, talvez nosso foco seja em melhorar a nossa relação com elas, e fazer bom uso, para alcançar e beneficiar o maior número de pessoas.
Arte
P.S.: A arte acima, foi gerada no Stable Diffusion de acordo com as descrições que fiz. As descrições fiz baseada num conto de minha autoria Aye Kekere - A Cidade do Futuro, presente na antologia de contos afrofuturistas ‘O Futuro é Nosso’ da Ed. Kitembo. A ideia é nas próximas News ter sempre uma ilustração dentro do tema principal.
(Se algum artista quiser fazer o papel de ilustrador, o convite está feito. Então abandono a ideia da AI.)
O Ataque Antidemocrático a Brasília.
Sobre isso, nada consigo falar mais.
Digo apenas que fiz a limpa no meu Instagram e parei de seguir todo mundo que seguia essa figura fascista que é o Bolsonaro, sem distinção. Se você foi uma das pessoas que caiu fora na limpa, sugiro que melhore para da próxima vez poder continuar tendo a minha companhia virtual.
Em tempos, Sem Anistia!
‘Dark Materials’ (HBO) - 3ª Temporada
Tô assistindo a temporada final de Dark Materials série da HBO que adapta o universo dos livros da Trilogia ‘Fronteiras do Universo’ de Philip Pullman. A série adaptou cada um dos livros em uma temporada, a primeira do livro mais conhecido da trilogia ‘A Bússola de Ouro (que já teve filme com a Nicole Kidman e Daniel Craig), o segundo ‘A Faca Sutíl’ e agora a terceira temporada que adapta o livro ‘A Luneta Ambar’.
A série de livros, entre as minhas favoritas de todos os tempos conta a história de Lyra uma garota órfã que vive em um mundo em que a alma das pessoas tem forma de animais (deamons) e vivem fora do corpo, as acompanhando pela vida toda. O protagonismo feminino, com uma luta incessante contra um governo religioso autoritário e machista (te lembra algo), são a cereja do bolo dessa aventura maravilhosa.
Na TV, a adaptação da HBO não deixou a desejar, com elenco de peso conta com Dafne Keen (de Logan) interpretando a Lyra, James McAvoy (Fragmentado) como o Lorde Asriel e a Ruth Wilson (de Luther) dando um banho de atuação como a Marisa Coulter.
Fica a recomendação dupla, dos livros e da série de TV.